quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Consultório do acupuntor II

João perguntou:

"Uma doença crónica é fácil de tratar pela Medicina Tradicional Chinesa?"


O acupuntor responde:

Uma doença crónica nunca é fácil de tratar, muito embora tudo dependa do tipo e do período mais ou menos longo de evolução da doença.

Como ponto de partida, uma doença crónica é sempre já um estado avançado da doença, que em Medicina Tradicional Chinesa designamos de vazio. Este vazio traduzido para o conhecimento ocidental não é mais do que uma deficiência da Energia Yin ou Yang no órgão.

Uma deficiência de Yin ou de Yang pode demorar a reequilibrar de meses a anos, motivo do abandono em fases cruciais do tratamento.

Compreenderá agora o motivo dos exercícios preventivos dos chineses em detrimento do ataque à doença, motivo pelo qual a segunda é sempre mais difícil de tratar e com grandes probabilidades de ineficácia.

Quem melhor em Portugal tem entendido este conceito, têm sido os denominados SPAs que fruto de uma procura em crescendo, têm sido praticados em sofisticados clubes, hotéis e estâncias termais, dando enorme ênfase à expressão”Mente sã em Corpo são”, através da Acupunctura, Reflexologia, Aromoterapia, Cromoterapia, etc….




Nuno perguntou:

"O acupuntor português recebe alguma formação em especial??"


O acupuntor responde:


Em Portugal, existem organismos conceituados na formação de diplomados na área da Medicina Tradicional Chinesa.
Destas escolas, destaque para a “Associação Portuguesa de Acupunctura e Disciplinas Associadas” ( APA-DA), que entre outros colaboradores, conta com a experiência do Dr Pedro Choy.
Esta Associação tem a funcionar um Curso Superior de Acupunctura e Fitoterapia Chinesa, como extensão à Universidade de Cheng Du da China.
Este curso tem a duração de 5 anos, com uma regulamentação marginal, muito por culpa e inércia de alguém que não pretende ver aprovada uma lei que a todos beneficiaria.
A não aprovação de lei regulamentadora da actividade, não serve os diplomados, mas todos aqueles que contornam esse vazio legal, que muito contribui e serve aqueles que a exercem com total ausência de conhecimento técnico/científico.
Quem pretender a obtenção e creditação de um outro modelo Europeu, pode ainda candidatar-se ao “Centre de Recherche et D´etude en Acupunture Traditionnel” em Paris, ou então no “coração”da MTC na China, na Universidade de Cheng Du a mesma que mantém o protocolo de extensão em Portugal.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Consultório do acupuntor



Esta secção é feita para responder às dúvidas que alguns cibernautas formularam. Aproveitem este espaço e ponham as suas dúvidas... O acupuntor responde:




André Valley perguntou:


"" A declaração de uma doença crónica pressupõe um estado de sinais indicadores que revelam uma descontinuidade da energia necessária ao funcionamento harmonioso dos orgãos?"



O acupuntor responde:


Um estado crónico para a Medicina Tradicional Chinesa é sempre um estado avançado de uma doença (≥3 meses), que passou de um estado meramente funcional (curto prazo), para um estado orgânico(longo prazo).

Ou seja, a descontinuidade da energia provoca com o tempo, estagnações e acumulações de líquidos ou massas que impedem o normal funcionamento dos órgãos vísceras e tecidos.

Uma doença aguda normalmente é acompanhada de uma inflamação, que origina um aumento da temperatura corporal (calor). Esse calor provoca no interior do organismo o efeito panela de pressão, originando a condensação e a acumulação dos líquidos gerados.

Indirectamente os outros órgãos e vísceras que estão a montante e a jusante são afectados pela acção de exacerbamento ou deficiência, provocando os síndromes de vazio que em Medicina Ocidental designamos de crónico.


Rita perguntou:


"De que forma a acupuntura poderá contribuir para recuperação de um traumatismo rádio cubital?"


O acupuntor responde:


Qualquer traumatismo em Medicina Tradicional Chinesa é enquadrado no estado agudo das doenças, sempre que tem na sua origem a implicação de agentes externos (acção de contusão).

Os membros superiores nas suas faces interna e externa são percorridos por um conjunto de meridianos, que do punho ao cotovelo são muito superficiais e que muito facilmente sofrem este tipo de ocorrências, como também por acção do clima e estação do ano. A partir do cotovelo, os meridianos mergulham em profundidade, comunicando-se a partir daí com os órgãos e vísceras.

A contusão vai gerar o barramento e interrupção da energia (edema, hemorragia….etc.) , se a energia vital não for reposta ou derivada para alimentar o órgão ou tecido, vai inevitavelmente prolongar esse estado de deficiência e comprometer a sua recuperação.

O passo imediato é pois a aplicação de agulhas em pontos de acupunctura, locais e à distância previamente planeados, de acordo com a localização, gravidade e extensão da contusão. A finalidade do tratamento visa assim, abrir caminho à livre passagem da energia em qualidade e velocidade, para reposição da energia perdida.






segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os meridianos


Agora que já falamos dos meridianos, importa identificar a quantidade e função que cada um deles assume.
Comecemos pois pelos mais importantes que no seu conjunto estabelecem estreitas relações entre os órgãos e as vísceras, e que designamos de Meridianos Principais.
A um meridiano Yang corresponde um meridiano Yin, e a uma sucessão de dois meridianos Yang, seguem-se dois meridianos Yin e assim por aí diante.



- Num total de 12 Meridianos Principais, seis são Yang e seis sãoYin. Três dos Meridianos Yang situam-se nos membros superiores e três nos membros inferiores, em igual nº e distribuição, três Meridianos Yin nos membros superiores e 3 nos membros inferiores.
Os Órgãos têm uma ligação muita estreita com os meridianos Yin e as vísceras com os Meridianos Yang. De qualquer forma eles não funcionam independentes, antes porém complementam-se, combinando e trocando essa energia por toda a área do corpo.

- Do peito vai aos membros superiores, dos membros superiores à cabeça, da cabeça aos membros inferiores e por fim dos membros inferiores ao peito onde finaliza um ciclo

- Do peito é retomado um novo ciclo.

- A cada 24 horas este ciclo é repetido 50 vezes

- Em cada um dos ciclos a energia muda de polaridade quando passa pelos dedos das mãos ou dos pés

- A energia vinda da cabeça tem uma predominância Yang

- A energia vinda do peito tem uma predominância Yin

sábado, 8 de novembro de 2008

Saúde Século XXI

A energia de um automóvel sente-se nas performances das suas acelerações, velocidade de ponta e na forma de distribuição dessa energia por todos os componentes. Um mau funcionamento denuncia obstrução ou estagnação que pode levar da simples paragem ao colapso total.

Também o corpo humano vai dando sinais que podem ir de simples dores localizadas, a mal estar geral, cansaço, falta de apetite, apatia, ansiedade, etc.,.etc.

Num destes quadros recorrermos com regularidade a análises clínicas, electrocardiogramas, tacs, ressonâncias magnéticas, etc., procurando quantificar o desequilíbrio constitutivo do órgão, quando muitas das vezes é um problema funcional que mascara a situação. Há pois, não um problema orgânico, mas um problema funcional ou de gestão.





O pensamento ocidental assenta na toma de substâncias químicas para reforçar ou diminuir, os valores em desequilibro, provocando inevitavelmente a adição dessa substância a montante ou a jusante do órgão que está em desequilibro. O lógico seria encontrar a origem do problema em vez de corrigir os valores obtidos.

Em resumo, qualquer órgão ou víscera está ligado por um conjunto de meridianos a que para melhor entendimento designarei de “fios condutores”. Alguns destes “fios” transportam a energia que designarei de “positiva ou +” e outra de “negativa ou –“. Em medicina tradicional chinesa designamos de Yang e Yin. O balanço / equilíbrio do elemento + e – determinam o equilíbrio perfeito ou seja a saúde, o desequilíbrio, sintomatologia da doença não declarada.

É este movimento acelerado ou desacelerado que vai provocar mais tarde ou mais cedo danos a montante ou a jusante do órgão, conduzindo ao espezinhamento ou exacerbação de qualquer um deles em função da maior ou menor potência dos órgãos envolvidos.

Perguntarão mas então qual o papel atribuído aos meridianos e à acupunctura em geral?

A resposta é simples. Determinado o sintoma e outros sinais coadjuvantes para um determinado quadro clínico, vamos aplicar as agulhas no caminho percorrido por esse meridiano “ fio imaginário de ligação entre órgãos” que depois de introduzida na pele vai fazer derivar (dispersar), ou reforçar (tonificar) a energia nesse órgão que por obstrução ou estagnação dessa via se mantinha em desequilibro. Será assim restabelecida ou reequilibrada, a corrente energética.